sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS): 15.08.2025

CTG AMANHECER NA QUERÊNCIA

Vem aí, a 28ª edição do Festival Artístico e Cultural Guri, que será realizado nos dias 16 e 17 de agosto. No sábado, dia 16, estão previstas as seguintes atividades culturais:

- Declamação feminina e masculina – pré mirim, mirim, juvenil, adulta e veterana / xirú;

- Danças tradicional de par – mirim, juvenil, adulta, veterana / xirú

No domingo, dia 17 – Danças tradicionais (invernadas) – mirim, juvenil, adulta, veterana / xirú;

- Esportes campeiros; truco cego, tava, tetarfe e bocha campeira. 

Informações e inscrições pelos fones waths: (51) 991.387.443 com Shirley e / ou (51) 977.314.491 com Sylvio (esportes). O CTG fica na Rua Tramandaí, 76, no bairro Jardim Alvorada, em Alvorada.

CTG AMARANTO PEREIRA – 1

No dia 16 de agosto o CTG Amaranto Pereira vai realizar a posse das prendas e peões gestão 2025/2026, com apresentações artísticas do CTG. Ingresso individual custa R$ 25,00. Crianças de 08 a 12 anos pagam R$ 15,00. Informações com o Patrão Orlando pelo fone wahts (51) 996.381.879. O CTG fica na Rua Antônio Carlos Jobim, 1000, no Jardim Algarve, em Alvorada.

CTG VAQUEANOS DA TRADIÇÃO

O CTG Vaqueanos da Tradição vai realizar no dia 16 de agosto, o grande jantar-baile das invernadas. Na animação o Grupo Mate Gaúcho. Ingresso com janta sai por R$ 55,00. Informações pelos fones wahts: (51) 993.217.726 ou (51) 984.905.120. O CTG fica na Rua Caio Brandão de Mello, 250, no bairro Humaitá, em Porto Alegre.

CTG SENTINELA DOS PAMPAS

No dia 16 de agosto, o CTG Sentinela dos Pampas, em parceria com a Academia de Danças de Fandango Estrela do Sul, vai realizar grande jantar-baile de formatura. Na animação Sandro Amaral, Carlos Marques e Grupo Movido a Gaitaço. Ingresso com janta sai por R$ 60,00 e só pro baile vai custar R$ 35,00. Informações com a Instrutora Silvane pelo fone waths (51) 984.871.1551. O CTG fica na Rua Ivo Janson, 31, bairro Partenon, em Porto Alegre.

35 CTG

O 35 CTG e a Academia de Danças Estampa Gaúcha te convidam para participar no dia 16 de agosto, de grande baile de formatura de fandango. Na animação o Grupo Vozes Campeiras. Ingresso individual sai por R$ 35,00 e mesa para 4 viventes sai apor R$ 35,00. Informações com os instrutores Caio ou Luciane pelo fone wahts (51) 984.433.262. O primeiro CTG do mundo fica na Av. Ipiranga, 5300, em Porto Alegre.

CTG AMARANTO PEREIRA – 2 

O CTG Amaranto Pereira boleia a perna e convida as entidades tradicionalistas coirmãs para participar nos dias 22, 23 e 24 de agosto, do festival solidário 9º FETARC (Festival Tradicionalista de Arte e Cultura). Nas danças tradicionais, teremos um limite de 34 invernadas. 

As inscrições serão aceitas até o dia 20 de agosto. Na programação do dia 24 de agosto, na categoria Danças Tradicionais, as apresentações terão início às 8h, iniciando com a pré-mirim, seguindo pela xirú, mirim, juvenil, adulta e veterana. Informações pelos fones waths (51) 996.381.879 com o Patrão Orlando; (51) 995.431.057 com Marino e (51) 996.493.176 com Jeferson. Inscrições pelo e-mail fetarcamaranto2025@gmail.com

Para ver a programação das demais modalidades culturais do presente evento, ver no Sítio Oficial do CTG no protreiro do Facebook:  https://www.facebook.com/Ctg.Amaranto.Pereira.oficial

O CTG fica na Rua Antônio Carlos Jobim, 1000, ou Rua Celso Lemes da Silva, 520, no Jardim Algarve, em Alvorada. 

Fonte! Chasque / Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada, edição impressa (e eletrônica), do dia 15 de agosto de 2025, por Valdemar Engroff.  


terça-feira, 5 de agosto de 2025

A música e as lendas da gaita de Gilberto Monteiro, destaque do nativismo

Figura seminal da gaita gaúcha, Gilberto Monteiro encontra a nova geração em lançamento de single/ EVANDRO OLIVEIRA/JC



Uma aura de mistério e encantamento precede Gilberto Monteiro. Lendas que circulam de boca em boca no meio nativista, como a de que o gaiteiro teria jogado no rio o seu primeiro disco, acompanham sua trajetória, há mais de cinco décadas.
 
Compõe sua efígie aquela fotografia em alto contraste, onde um vulto preto de barba cerrada veste um chapéu aprumado pra frente, com a gaita-ponto de fole aberto no peito. Imagem que é emoldurada com marrom na capa do LP Pra ti guria, de 1987, um dos maiores clássicos da música instrumental gaúcha.
 
Por isso, um frisson pairava no ar naquele dia 18 de agosto de 2024, no teatro do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa, em Porto Alegre. Fãs com o bolachão embaixo do braço, cumprimentando conhecidos e desconhecidos, contavam com gosto sua história íntima relacionada àquele objeto. Fosse na entrada do espetáculo ou na saída, já com os rabiscos valiosos de seu autor, agregando valor inestimável, uma conexão nostálgica se realizava.
 
Nostalgias à parte, atualmente o santiaguense Gilberto Monteiro vive um momento especial em sua carreira. Apresentava naquela ocasião um concerto acompanhado de um jovem quarteto feminino. Ao lado da Sucinta Orquestra, formada por Clarissa Ferreira e Miriã Freitas nos violinos, Gabi Vilanova na viola e Luyra Dutra no violoncelo, lotou duas sessões do teatro e em seguida pegou um voo para se apresentar no Ceará, no festival Choro Jazz.
 
Embora já tenha rodado o mundo em 55 anos de estrada, a formação e a sonoridade do grupo levaram sua gaita de botão para outro lugar. Os novos arranjos mesclam a referência regional com sonoridades eruditas e contemporâneas. Foram escritos por Gustavo Garoto, que agora acompanha Gilberto ao piano e também assina em parceria duas composições inéditas. Uma delas chega às plataformas de streaming neste dia 11 de julho, o single Kardache.
 
Nesta reportagem, Gilberto Monteiro revela detalhes de algumas das lendas que o acompanham e desmistifica outras. Em entrevista ao Jornal do Comércio, confirmou uma personalidade de poucas e significativas palavras. Bem como o som que sai quando a gaita está conectada ao seu corpo.
 
A propósito, a história de que teria se apresentado com uma alça da cordeona arrebentada procede. Em São Paulo, em 2012, não tinha instrumento reserva e precisou improvisar para terminar o show Bailantas, da Cisne Negro Cia de Dança. A solução, conforme recorda, foi tocar na vertical, puxando o fole sempre para cima com a alça que sobrou e voltando a favor da gravidade, dispensando a segunda alça que havia se rompido. Ajudou naquela ocasião o biotipo atlético do artista.
 
Os bastidores da composição e o sucesso da circulação de algumas de suas criações são listados a seguir.

Sete fatos sobre as músicas de Gilberto Monteiro

Em apresentação ao lado de Gustavo Garoto, no Café Fon Fon em Porto Alegre

Em apresentação ao lado de Gustavo Garoto, no Café / Fon Fon em Porto Alegre / ACERVO PESSOAL GILBERTO MONTEIRO/DIVULGAÇÃO/JC  

- Milonga para as Missões foi a principal faixa do LP de estreia de Renato Borghetti, em 1984. Com Gaita Ponto, Borghettinho ganhou o primeiro disco de ouro da história da música instrumental brasileira.
 
- Milonga para as Missões foi gravada também pela dupla sertaneja Victor & Leo, em CD ao vivo, lançado em 2006.
 
- Entrevero de Alpargata, título de uma de suas músicas mais conhecidas, era o nome do primeiro disco que Gilberto Monteiro gravou e nunca lançou. Ao receber as cópias da gravadora, não aprovou e incendiou tudo.
 
- Pra ti guria entrou na trilha do filme Gaúcho Negro (Jessel Buss, 1991), longa-metragem sobre as aventuras de um justiceiro mascarado, em meio a um festival de música.
 
- A melodia de Pra ti guria ganhou uma letra que veio a ser gravada somente 40 anos depois, escrita pelo argentino Ramón Ayala e também interpretada por Jorge Guedes.
 
- De Lua e Sol foi gravada após anos sendo executada ao vivo. Em 1997, lançou-a no disco homônimo, que lhe rendeu o Prêmio Açorianos de Melhor Instrumentista e de Melhor Disco Instrumental.
 
- Compôs seu mais novo single, Kardache, de improviso numa live durante a pandemia de coronavírus. A inspiração veio de uma série turca sobre o império Otomano.

O homem fala através da música

Gilberto Monteiro em Porto Alegre, com Luyra Dutra (esquerda), Gustavo Garoto e Clarissa Ferreira

Gilberto Monteiro em Porto Alegre, com Luyra Dutra (esquerda), Gustavo Garoto e Clarissa Ferreira/ EVANDRO OLIVEIRA/JC

Para a apuração desta reportagem, Gilberto Monteiro fez questão de encontrar a equipe do Jornal do Comércio na escadaria da igreja Nossa Senhora das Dores, em Porto Alegre. Durante uma tarde de sábado, deixou-se fotografar e gravar um vídeo, em momento introspectivo.
 
Antes de conceder entrevista, também ensaiou em meio aos jovens músicos que hoje acompanham-no, e que trocavam comentários sobre o arranjo. Enquanto isso, Gilberto levantava o ouvido para um lado, direcionava o corpo para outro, abria o fole com intensidade para cá, fechava os olhos para lá. Sua única comunicação se dava pelas notas. Não falou uma palavra enquanto tocava.
 
A seguir, acomodou a gaita numa cadeira e conversou sobre sua maneira de ser. "Eu sou aqui pra ti e eu sou lá no palco, eu sou isso em qualquer lugar. Não chego lá no palco querendo falar bonitinho, não", declarou.
 
Com entusiasmo, contou que o novo single, Kardache, surgiu de improviso em meio a uma live na pandemia: "Na época, a gente ficava muito em casa e eu acabei vendo a série Ressurreição: Erturul." Gilberto se identificou com o enredo por causa de sua descendência turca, de várias gerações atrás. A série conta a história de Erturul, pai de Osmão I, fundador do Império Otomano.
 
Motivado por essa composição, em 2023, o produtor Ayrton dos Anjos o convidou para viajar a Istambul. "Eu toquei lá, fiz homenagem para São Jorge, numa manifestação na Capadócia. Mas não foi nada programado. Meu sonho é voltar, porque eu me apaixonei pela Turquia", revela.

Encontro de gerações

Monteiro em frente à mesquita de Santa Sofia, em Istambul, Turquia (2023)

Monteiro em frente à mesquita de Santa Sofia, em Istambul, Turquia (2023) / EMA DALLÉ/DIVULGAÇÃO/JC

Desde a primeira vez que ouviu falar de Gilberto Monteiro, o músico Gustavo Garoto percebeu que era um personagem icônico. Enquanto participava do festival da Moenda, viu um disco dele numa parede e os músicos Zelito Ramos e Leandrinho Rodrigues fizeram uma introdução. Disseram que era um instrumentista fantástico, bastante exigente, e que havia diversas lendas que permeiam o personagem. "Conheci a música dele já com essa magia toda em torno dela", conta.
 
Pouco tempo depois, o produtor Leonardo Gadea fez uma ponte para que se conhecessem. "A gente se encontrou numa praça de alimentação, na Cidade Baixa, e ele apareceu todo generoso, sensível, atencioso, gigantesco", lembra. Logo após, Garoto convidou-o para tocar na Guarda do Embaú, onde vive. Entre idas e vindas, nasceu uma parceria inter-geracional.
 
"Eu chamo ele de mestre de cultura popular, como há em outras regiões do Brasil. Uma pessoa que aprendeu com o pai a tocar com os dedos de uma maneira diferente do que talvez seja convencionado, e construiu uma obra de composições muito icônicas nessa paisagem do Rio Grande do Sul, do interior de Santiago, presente na Bacia do Prata toda", avalia.
 
Garoto ressalta a sensibilidade e o poder de síntese das composições de Gilberto. "Bastante refinada, calcada no folclore, num imaginário de conexão com a terra", conclui.
 
Acompanhado de um quarteto feminino
Com a Sucinta Orquestra e Gustavo Garoto, no CHC Santa Casa (2024)

Com a Sucinta Orquestra e Gustavo Garoto, no CHC Santa Casa (2024)/ CHC SANTA CASA/DIVULGAÇÃO/JC

As gurias da Sucinta Orquestra consideram Gilberto Monteiro uma grande referência cultural. Miriã Freitas recorda que era estudante de violino, quando tocou Milonga para as Missões pela primeira vez, aos 10 anos de idade. "Então, poder conhecer o compositor de perto, de uma obra que é tão marcante pra nossa cultura, é muito gratificante", afirma.
 
A violoncelista Luyra Dutra, que é de Minas Gerais, também aproveita essa oportunidade. "Eu acredito ser revolucionário, não só por ser um quarteto de cordas, acompanhando neste estilo musical, mas um quarteto formado por mulheres", conclui.
 
Já a violista Gabi Vilanova revela que executa arranjos para as composições de Gilberto Monteiro desde os 17 anos, sem nunca tê-lo conhecido. "Agora, ter essa experiência sublime de uma profundidade na música gaúcha, pra mim tem sido muito importante. Eu sou compositora também e daí vejo essa raiz. Parece o tronco das árvores de onde tudo tem sido reverberado. O Gilberto é essa estrutura", conclui a musicista.

Família de tocadores

Gilberto Monteiro ao lado dos Irmãos Acuña

Gilberto Monteiro ao lado dos Irmãos Acuña/ ACERVO PESSOAL GILBERTO MONTEIRO/REPRODUÇÃO/JC

O instrumento que Gilberto Monteiro toca é o acordeon diatônico, conhecido no Rio Grande do Sul como gaita-ponto, gaita de botão, de oito baixos, ou ainda gaita "de voz trocada". Emite as notas musicais a partir de um sistema de botões, em vez de teclas como nos acordeons cromáticos. Cada botão gera dois sons distintos, dependendo da direção do movimento do fole.
 
A gaita chegou ao sul do Brasil pela mão de imigrantes italianos e alemães, aquerenciando-se num processo de tradição oral, passando de pai pra filho, bem como ocorreu com Gilberto, que aprendeu com seu pai Alexandre.
 
Nascido em 7 de janeiro de 1953, em Santiago (do Boqueirão - como gosta de frisar), na região missioneira, Gilberto Andrade Monteiro aprendeu a tocar gaita cedo. "Na minha família, a maioria é músico de campanha. A Francisca Cezimbra Monteiro, que tocava muito para a alta cúpula de Santa Maria na época, nasceu em 1853. Eu, em 1953, cem anos depois", orgulha-se. Sua bisavó Francisca era prima do militar João Cezimbra Jacques, um dos precursores do Movimento Tradicionalista Gaúcho.
 
Desde Santiago, já compunha. Foi lá que começou a criar Milonga para as Missões, por volta dos 14 anos. "É uma coisa maravilhosa, que surge, que vai dominando a gente. E eu sempre tive isso aí comigo", conta.
 
Sobre seu estilo musical, diz não se preocupar muito. "Eu sou o que eu sou. Eu faço a música que eu faço. Quando sinto que a maré não está pra peixe, eu fico na minha. Eu não me atiro nas varas da porteira. Senão tu já viu, vais acabar te estropeando", avalia.
 
Sua ponderação não o impediu de rodar o Brasil e o mundo. Entre 1994 e 1995, formou um quinteto com músicos argentinos, os irmãos Acuña, e passou sete meses no Paraguai. A partir do projeto Sonora Brasil do Sesc, rodou o País entre 2011 e 2012, participando da edição Sotaques do Fole. 
 
Apresentou 118 shows, acompanhado de Eduardo Cantero (violão) e Fernando Gorrie (percussão), interpretando repertório próprio, temas folclóricos e composições de Tio Bilia, mestre popular missioneiro.

O gaiteiro que inventou asas

Capa do single Kardache, gravado com Sucinta Orquestra e Gustavo Garoto

Capa do single Kardache, gravado com Sucinta Orquestra e Gustavo Garoto / DIVULGAÇÃO/JC

Gilberto Monteiro ganhou um episódio só seu na série O Milagre de Santa Luzia: Especial Gaúchos (Sergio Roizenblit, 2012). Figura, assim, no rol dos gaiteiros de referência, ao lado de Adelar Bertussi, Bagre Fagundes, Telmo de Lima Freitas, Luiz Carlos Borges, Luciano Maia, Bebê Kramer, Albino Manique, Edson Dutra e Renato Borghetti, também contemplados no documentário apresentado pelo pernambucano Dominguinhos.
 
Na produção audiovisual, revela que seu sonho era ser piloto aviador. "Até cheguei a inventar umas asas de couro de cavalo", disse.
 
Esse desejo de voar o levou ao alistamento na Base Aérea de Canoas, em 1972. Enquanto cumpria o serviço militar, ainda tinha tempo para abrir o fole na Capital. "Saía lá da base aérea e vinha tocar aqui no Teatro Renascença e nas peñas do CTG 35 nas quartas-feiras", lembra.
 
A bordo dos aviões de carga tipo Douglas, que eram testados na base da Aeronáutica, levava a gaita. "Eles me convidavam e eu vinha tocando por cima do Porto Alegre", recorda. Desta forma, o sonho de pilotar foi ficando em segundo plano, enquanto a música começava a levá-lo longe.
 
Seu primeiro contrato profissional foi proporcionado pelo poeta Marco Aurélio Campos, via a antiga Empresa Porto-Alegrense de Turismo (Epatur), para um show no Parque Anhembi, em São Paulo. Naquele show, Milonga para as Missões já integrava o repertório.
 
Foi quando o programa de televisão Fogo de Chão (TV Difusora, depois Bandeirantes), com apresentação de Carlinhos Castilho e José Antônio Daudt, fez uma seleção de músicas. "Botaram minha milonga de abertura. Era final dos anos 1970. Quando eu saía por aí tocar, já era muito benquista, mas, quando eu gravei pro programa, estourou. Quando eu rasgava e tocava, era um balaço, uma loucura. Depois o Renato gravou pela Som Livre e estourou a nível nacional", relata.

A milonga mais tocada

Nascido em Santiago, na região missioneira, Gilberto Monteiro toca gaita de botão desde a infância

Nascido em Santiago, na região missioneira, Gilberto Monteiro toca gaita de botão desde a infância / GILBERTO MONTEIRO/DIVULGAÇÃO/JC

Renato Borghetti rememora a convivência no CTG 35, quando Gilberto Monteiro estava sempre na volta. Então já conhecia Milonga para as Missões antes de decidir gravá-la, mas precisou aprender a tocá-la. "Naquela época, era tudo de ouvido", pontua. Contudo, teve uma facilidade, pois além de contar com a ajuda do autor, havia aquela primeira gravação, do disco do programa Fogo de Chão, em que Gilberto utilizou uma gaita emprestada de Borghetti.
 
O restante da história é conhecido. Após o sucesso de vendas do disco Gaita Ponto (Som Livre, 1984), Milonga para as Missões até hoje é o carro-chefe dos shows de Renato Borghetti. "Para mim é um prazer, é uma honra. Eu fico muito feliz com isso, porque de repente tu crias um tema, tu serves de ponte para criar uma onda musical", afirma Gilberto.
 
Já Borghetti comenta que é muito difícil prever qual composição irá cair no gosto do público. "Tem algumas músicas que têm algo especial, mas não dá pra saber o porquê. Têm um algo a mais, mas nenhum estudo comprova porque isso aconteceu."
 
Um indicativo da força das composições de Gilberto surge no projeto Fábrica de Gaiteiros, do qual Borghetti participa e onde ensinam música a crianças de 7 a 15 anos, em 25 unidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Uruguai. "O nosso ensino não é direcionado para elas serem profissionais. Podem vir a ser, mas o trabalho é muito mais voltado pra formação da cidadania. Então elas são livres pra escolher o repertório e muitas escolhem Prelúdio de um beija-flor, Pra ti guria, entre outras do Gilberto Monteiro", conclui.
 
Apesar da forte ligação, a única vez que os dois gaiteiros tocaram juntos foi no Santander Cultural, em 2004. Ensaiaram duas vezes e definiram o repertório, junto ao violonista Marcello Caminha, promovendo um encontro inédito, cheio de improvisações e que nunca se repetiu.

Jogou ou não jogou no rio?

No estúdio em Buenos Aires, com Tarrogó Ros, Lucio Yanel e Raulito Barboza

No estúdio em Buenos Aires, com Tarrogó Ros, Lucio Yanel e Raulito Barboza/ ACERVO PESSOAL GILBERTO MONTEIRO/REPRODUÇÃO/JC

O primeiro disco do catálogo de Gilberto é Pra ti guria, de 1987. Mas não foi esse o primeiro que gravou. "Foi um horror, porque eu fiz a gravação e veio de São Paulo tudo errado. E eu não lancei". O caso rendeu uma das suas lendas famosas, de que teria jogado no Guaíba as cópias do vinil. Gilberto esclarece: "Não joguei no rio. Fiquei com tanto nojo que queimei antes do Guaíba ali os 50 discos que vieram. Cheguei antes de atravessar a ponte, botei umas pedras, uns jornais, toquei o fogo, queimei tudo. Chegou até a polícia pra ver o que estava acontecendo".
 
Depois do ocorrido, o produtor Ayrton dos Anjos levou Gilberto para gravar em Buenos Aires, com participação luxuosa dos argentinos Antonio Tarragó Ros e Raulito Barboza. Virou o clássico Pra ti guria, lançado em LP e K7 pela Continental.
 
Naquele momento, já havia vencido a 16ª Califórnia da Canção Nativa, como melhor instrumentista, defendendo duas composições premiadas: Quati-Mundéu, ao lado de Juliano Javoski, e Provinciano, ao lado de João de Almeida Neto.

Parceria com Lucio Yanel e Jayme Caetano Braun

Detalhe da capa de 'Pra ti guria', primeiro álbum de Gilberto Monteiro (1987)

Detalhe da capa de 'Pra ti guria', primeiro álbum de Gilberto Monteiro (1987) / CONTINENTAL/REPRODUÇÃO/JC

Junto ao violonista argentino Lucio Yanel, formou dupla durante anos. "Conheci Gilberto em 1982, na casa de Algacir Costa, em Passo Fundo. Fomos empáticos um com o outro. Aos poucos, de maneira natural, começamos a tocar juntos", recorda Yanel. Mesmo com uma trajetória extensa, não chegaram a gravar um disco para formalizar a união artística. "A nossa caminhada juntos é longa e benéfica nos quatro costados", declara.
 
O parceiro de Corrientes, que veio para o Rio Grande do Sul e se tornou um dos principais nomes do violão pampeano, considera o "toque" de Gilberto Monteiro "uma caixa de ressonância de um sem fim de sentimentos que se aninham num virtuoso da estirpe dele".
 
Lucio Yanel orgulha-se das apresentações com Gilberto acompanhando o pajador Jayme Caetano Braun, como uma confluência de grandes artistas. Há um vídeo no site oficial do gaiteiro, com o trio se apresentando em Pelotas, em que o poeta declama: "Missioneiro como eu/ É a glória do nosso pago/ Ele na verdade é um mago/ Parece que não tem dona/ Nem tampouco se emociona/ Porque enfrenta o desafio/ E nestas noites de frio/ Dorme dentro da cordeona".
 
Discografia
Músico nativista lança nesta sexta-feira seu novo single, Kardache

Músico nativista lança nesta sexta-feira seu novo single, Kardache / EVANDRO OLIVEIRA/JC

- Pra Ti Guria (1987)
- De Lua e Sol (1997)
- Pra Ti Guria Ao Vivo (2020)
- Clareando No Rancho (2022)
 
Fonte! Chasque (reportagem cultural), publicado no Jornal do Comércio de Porto Alegre, por João Vicente Ribas *, em 10 de julho de 2025: ttps://www.jornaldocomercio.com/especiais/reportagem-cultural/2025/07/1209789-a-musica-e-as-lendas-da-gaita-de-gilberto-monteiro-destaque-do-nativismo.html  

* João Vicente Ribas escreve a newsletter Canciones para despertar en Latinoamérica. É Técnico Científico I - Jornalista, na Emater/RS-Ascar.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS) - 25.07.25

 SUBCOORDENADORIA DE ALVORADA

A Subcoordenadoria de Alvorada programou para o dia 26 de julho, o 4º evento em prol do Acampamento Farroupilha deste ano, no CTG Campeiros do Sul, com o pré-lançamento dos festejos farroupilhas 2025, a posse do prendado farroupilha 2025 e o grande baile sob a animação do Grupo Rebeldia. Ingresso a R$ 30,00. Informações com o Subcoordenador Jair Martins pelo fone wahts (51) 999.994.513. O CTG fica na Av. Maringá, 720, em Alvorada.

CTG COXILHA ABERTA – PORTO ALEGRE

Vem aí, o grande jantar-baile do 6º aniversário da Academia de Danças Marca Gaúcha, no dia 26 de julho, no CTG Coxilha Aberta, Na animação Moisés Oliveira e Grupo Vozes do Campo. Ingresso com janta sai por R$ 60,00. Só pro baile antecipado sai por R$ 30,00. Só pro baile na portaria sai por R$ 35,00. Informações com os instrutores pelos fones wahts: (51) 994.214.807 com Gelson e / ou (51) 992.422.695 com Maitane. O CTG fica na Av. Silvestre Félix Rodrigues, 1285, em Porto Alegre.

DTG GALPÃO MISSIONEIRO

No dia 26 de julho, o DTG Galpão Missioneiro abre o galpão para podermos comemorar o segundo jantar-baile de aniversário do Grupo Parceiros da Dança. Na animação Daniel Hack e Os Gaúchos Lá de Fora. Ingresso com janta antecipado sai por R$ 50,00. Na portaria vai custar R$ 60,00. Informações pelos fones wahts (51) 993.301.345 e / ou (51) 993.451.231. O DTG fica na Av. Macedônia, 150, no Bairro Restinga, em Porto Alegre.

CTG CAMPEIROS DO SUL

Após um grande jantar-fandango de formatura, o CTG Campeiros do Sul e o Curso de Fandango Danças e Tradição programaram novo curso – básico e avançado, que começou no dia 20 de julho, às 17h, com seguimento nos domingos e com as inscrições ainda em aberto. Informações e inscrições com Sandra pelo fone waths (51) 995.842.517. O CTG fica na Av. Maringá, 720, em Alvorada.

CTG VAQUEANOS DA TRADIÇÃO

No dia 25 de julho, às 20h30, com seguimento nas sextas-feiras, no CTG Vaqueanos da Tradição, começou novo curso de danças de fandango, em parceria com a Academia de Danças Paixão Farroupilha. Valor para casal custa RS 300,00. As inscrições continuam abertas. Informações pelo fone waths (51) 991.142.932. O CTG fica na Rua Caio Brandão de Mello, 250, no Bairro Humaitá, em Porto Alegre.

CTG RAÍZES DO SUL

CTG Raízes do Sul, vai realizar no dia 27 de julho, grande cavalgada e domingueira de aniversário (39 anos de fundação), com apresentação de invernadas artísticas.  Ingresso com almoço custa R$ 35,00. Ingresso só pra domingueira R$ 20,00. Informações pelos fones waths: (51) 993.222.146 com Luiza ou (51) 991.577.873 com João. O CTG fica na Rua São Domingos, 89, bairro Bom Jesus, em Porto Alegre.

CTG ESTEIO DA TRADIÇÃO

Começa no dia 27 de julho, às 17h30, com seguimento nos domingos, curso de danças de fandango no CTG Esteio da Tradição, em parceria com a Academia de Danças Toledo. Informações pelos fones wahts (51) 981.794.700 e / ou (51) 999.207.865. OCTG fica na Rua Henrique de Paula Silveira, Bairro Santo Inácio, em Esteio.

CTG GILDO DE FREITAS

O CTG Gildo de Freitas e Os Fandangueiros Gildo de Freitas, vão realizar novo curso de danças de fandango, iniciando no dia 27 de julho, com seguimento nos domingos, às 19h. Mais informações pelo fone wahts (51) 984.466.780. O CTG fica na Av. Gamal Abdel Nasser, 340, no Parque dos Mayas, em Porto Alegre.

Fonte! Chasque / Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada, edição impressa (e eletrônica), do dia 25 de julho de 2025, por Valdemar Engroff.  

CTG Sinuelo da Liberdade celebra 42 anos de tradição

 

Neste 23 de julho, o CTG Sinuelo da Liberdade completa 42 anos de história, cultura e amor ao tradicionalismo gaúcho em Encruzilhada do Sul. Fundado em 23 de julho de 1983, o Centro de Tradições Gaúchas é reconhecido por sua forte atuação na preservação das raízes do povo sul-rio-grandense, reunindo gerações em torno de valores como respeito, identidade e pertencimento.

Sob o lema “Cultivando a tradição, divulgamos o Rio Grande”, o Sinuelo da Liberdade tornou-se um dos principais representantes do tradicionalismo local, levando em sua bandeira as cores vermelho e branco e tendo como símbolo a Calhandra, ave que só canta em liberdade — uma escolha que traduz o espírito de resistência e liberdade que move a entidade.
 
Além das inúmeras atividades culturais realizadas ao longo das décadas, como fandangos, apresentações artísticas, rodeios e ações educativas, o CTG segue evoluindo. Em 2025, a entidade se prepara para mais um passo importante em sua trajetória: a reforma de seu galpão, que em breve estará de cara nova para melhor receber seus integrantes, a comunidade tradicionalista e os visitantes.
 
O Encruzilhada Online parabeniza o CTG Sinuelo da Liberdade pelos seus 42 anos de contribuição à cultura gaúcha. Que a chama da tradição siga acesa por muitas gerações!
Viva o Sinuelo! Viva o Rio Grande! 🇧🇷🐎🔥 
 
Fonte! Sítio Facebook Encruzilhada Onlinehttps://www.facebook.com/profile.php?id=61567379453554

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Ritmo de bailes gaúchos, bugio será declarado patrimônio imaterial do RS

O Rio Grande do Sul acaba de declarar oficialmente o ritmo bugio como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A decisão vai ser formalizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) no dia 12 de agosto, em cerimônia no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.

Da direita p/ esquerda, os assisenses: Régis Lançanova (gaiteiro Ases do Fandango), Valdevi Maciel (locutor, professor e historiador) e Precilla Saquett (Secr. Educação e Cultura de São Fcº. de Assis)
De mãos dadas: Marcos André Aguzzolli (Prefeito de São Francisco de Paula, na época) e Jeremias Oliveira (Vice-prefeito de São Francisco de Assis, na época). Foto: RBS TV
O reconhecimento do órgão ligado à Secretaria de Cultura do estado foi resultado de um processo articulado por dois municípios onde o ritmo é referência cultural: São Francisco de Assis e São Francisco de Paula.

Juntas, a partir de uma provocação feita pelo G1 RS, essas cidades mobilizaram músicos, pesquisadores, festivais e a comunidade para a elaboração de um extenso "inventário cultural", comprovando a relevância do ritmo no cenário da cultura gaúcha.

Assim, as cidades que sempre disputaram o título de "berço do Bugio", uniram esforços em torno de sua preservação. Acompanhado pelo Jornal do Almoço da RBS TV, o início dessa integração aconteceu em São Francisco de Paula, em março de 2022.

 De origem popular e raízes controversas, seu nome remete ao som grave do macaco bugio, presente na fauna do Sul do país. Segundo pesquisa do pecuarista e historiador Israel Da Sóis, uma das versões para a origem do ritmo seria um ritual sexual entre indígenas e tropeiros.

Além do ritmo musical dançado nos bailes gaúchos, o bugio também se manifesta em danças, festivais como o Ronco do Bugio (em São Francisco de Paula) e a Querência do Bugio (em São Francisco de Assis), cidade onde exemplares da espécie animais habitam a principal praça da localidade. (G1 RS)

Fonte! Chasque / post, publicado por Gilnei Maier, no Blog Nossa Gente Assisense, no dia 23 de julho de 2025: https://assisenses.blogspot.com/2025/07/ritmo-de-bailes-gauchos-bugio-sera.html 

Lançados os Festejos Farroupilhas 2025, com anúncio de programa de investimentos superior a R$ 17 milhões no fomento ao tradicionalismo

Os Festejos Farroupilhas 2025 foram oficialmente lançados na tarde da quarta-feira (16/7), no Palácio Piratini. A cerimônia contou com a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do secretário da Cultura, Eduardo Loureiro, de gestores municipais, comunidade tradicionalista, imprensa e demais autoridades. Na solenidade também houve o anúncio do Avançar Tchê, programa inédito que vai direcionar R$ 17,7 milhões a entidades tradicionalistas gaúchas.

Durante o evento, o governador destacou a importância de reconhecer a cultura como parte essencial da identidade do povo gaúcho, lembrando que a valorização não pode se restringir apenas a gestos simbólicos. Ele relembrou as dificuldades enfrentadas pelo Estado em anos anteriores, quando sequer havia recursos para manter os equipamentos culturais em funcionamento, e celebrou o novo momento das contas públicas.

“Valorizar a cultura é, sim, reverenciar a memória de quem trabalhou e trabalha por ela, respeitar a tradição e celebrar nossas manifestações culturais. Mas é também garantir espaço no orçamento para que esse trabalho seja efetivamente apoiado. Quando assumimos, não tinha dinheiro para pagar salário de servidor, quanto mais para investir em cultura. Hoje, temos capacidade de investimento, e isso nos permite, nesse momento que abrimos os Festejos Farroupilhas, destinar mais de R$ 17 milhões aos Centros de Tradição Gaúcha (CTGs), por meio de editais, para uma valorização concreta do trabalho que eles realizam”, afirmou Leite.

A edição deste ano dos Festejos Farroupilhas tem como tema “Ondas curtas para uma história longa – O centenário de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa”, destacando a história do radialista, declamador e comunicador Darcy Fagundes. O patrono é Mário Barboza de Mattos, engenheiro agrônomo, jornalista, escritor e artista plástico, com uma trajetória marcada por contribuições significativas à cultura do Estado.

A música-tema das festividades, intitulada “O Vaqueano do Rádio”, foi composta pelo grupo Alma Gaudéria e apresentada na cerimônia desta tarde. A canção foi vencedora da chamada pública realizada pela Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas.

“Este é um momento de celebração da nossa rica cultura, da nossa identidade e do nosso povo. Hoje escrevemos mais um capítulo dessa história. Os Festejos Farroupilhas são muito mais que uma festa tradicional: são a reafirmação dos valores que nos unem como a bravura, a liberdade, a garra e a resistência”, afirmou a presidente da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas, Denise Gress.

O acendimento da Chama Crioula, que marca oficialmente o início dos Festejos Farroupilhas, será no dia 16 de agosto, em Caxias do Sul. Após percorrer 30 Regiões Tradicionalistas do Estado, a centelha chega ao Palácio Piratini no dia 14 de setembro, dando início à Semana Farroupilha. A Chama foi reconhecida pelo governo do Estado em agosto de 2024 como símbolo da cultura regional gaúcha e patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul, representando a coragem, a união dos povos e o amor do gaúcho por sua terra.

Avançar Tchê

Com o objetivo de fomentar atividades tradicionalistas e de incentivar a pesquisa, o ensino e a preservação da cultura gaúcha, o governo do Estado anunciou a criação de um programa inédito, o Avançar Tchê. Por meio de dois editais, que serão lançados nesta quinta-feira (17/7), serão direcionados R$ 17,7 milhões a entidades tradicionalistas.

O secretário da Cultura, Eduardo Loureiro, ressaltou que o novo momento vivido pelo Rio Grande do Sul, com equilíbrio fiscal e capacidade de investimento, é o que permite ações robustas de fomento à cultura e à tradição gaúcha.

“Se hoje podemos investir mais de R$ 17 milhões no tradicionalismo gaúcho, é porque o governo liderado pelo governador Eduardo Leite teve coragem de reorganizar o Estado e recuperar sua capacidade de promover investimentos. Quem conhece a história recente sabe que, até pouco tempo, o Estado sequer conseguia pagar salários em dia. Agora, podemos apoiar as nossas entidades e fazer política pública com efetividade”, afirmou.

O Edital Prêmio Tradicionalismo Gaúcho vai destinar R$ 16 milhões a entidades com atuação comprovada no Rio Grande do Sul e histórico relevante de atividades desenvolvidas para a preservação, a promoção e a valorização do tradicionalismo gaúcho. O valor recebido poderá ser aplicado na melhoria da infraestrutura da entidade, na aquisição de indumentárias, instrumentos e equipamentos, no desenvolvimento de atividades ou quaisquer outras necessidades relevantes para sua atuação.

Já o Edital Invernadas Culturais contará com R$ 1.675.084,60 em recursos para entidades tradicionalistas gaúchas e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos executarem projetos que desenvolvam oficinas de danças gaúchas, artesanato, gastronomia, música, poesia, indumentária gaúcha, entre outras.

Os editais completos podem ser acessados a partir desta quinta-feira, na página do Pró-Cultura e no site cultura.rs.gov.br.

Loureiro também fez questão de destacar o papel essencial dos CTGs na formação cultural e social dos gaúchos. “Valorizar os CTGs é reconhecer seu papel como espaços de formação de caráter, de transmissão de valores e de preservação da nossa identidade. Enquanto os nossos jovens e as nossas famílias frequentarem esses ambientes de cultura, estaremos fortalecendo a base da nossa sociedade. É por isso que criamos um programa específico, com editais inéditos, para apoiar invernadas culturais e repassar recursos diretamente às entidades tradicionalistas”, completou.

O governador também fez questão de homenagear o papel social dos CTGs, especialmente durante os momentos mais difíceis enfrentados pela população gaúcha, como nas enchentes de 2024. “Os CTGs não são apenas espaços físicos. Eles acolhem, mobilizam, alimentam e unem, porque são feitos de gente comprometida com o nosso Rio Grande. Essa alma gaúcha, esse senso de pertencimento que se expressa na arte, na música, na indumentária, foi e é o que nos sustenta nos momentos mais difíceis. Por isso, estamos aqui para dizer: contem conosco, como nós contamos com vocês”, concluiu.

Sobre os Festejos Farroupilhas

A Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos, teve início em 20 de setembro de 1835, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, prolongando-se até março de 1845. Esse período de aproximadamente dez anos é considerado um marco na formação social e política do Estado, representando uma das mais importantes passagens da história gaúcha.

A data de 20 de setembro marca o início da Guerra dos Farrapos, quando os farroupilhas saíram vitoriosos na batalha da Ponte da Azenha e adentraram a província de Porto Alegre, comandados por Bento Gonçalves. O conflito resultou na independência do estado do Rio Grande do Sul e na criação da República do Piratini, que perdurou por sete anos.

A Semana Farroupilha foi estabelecida como um momento de celebração das tradições gaúchas, envolvendo não apenas os CTGs e o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), mas também diversas instituições e segmentos sociais do Estado.

Para coordenar e integrar as comemorações relacionadas à Revolução Farroupilha, o governador Eduardo Leite criou, em 2020, uma Comissão Especial, responsável por unir as principais festividades do ano em uma programação unificada, formando os Festejos Farroupilhas.

Fonte! Chasque / post, publicado no sítio oficial do Jornal Gazeta Integração de Cerro Largo RS, em 22 de julho de 2025https://gazetaintegracao.com/2025/07/22/o-edital-premio-tradicionalismo-gaucho-vai-destinar-r-16-milhoes-a-entidades-com-atuacao-comprovada-no-rio-grande-do-sul-e-historico-relevante-de-atividades-desenvolvidas-para-a-preservacao-a-promoc/

quarta-feira, 23 de julho de 2025

CTG Caudilho Guaibense comemora 35 anos com o primeiro jantar-baile após a microexplosão de 2022

Evento encerrou a programação da semana de comemoração dos 35 anos da entidade

O CTG Caudilho Guaibense realizou neste sábado (19) o primeiro jantar-baile após a microexplosão que atingiu completamente sua sede, em janeiro de 2022. O evento encerrou a programação da semana de comemoração dos 35 anos da entidade tradicionalista do bairro Cohab-Santa Rita, na zona norte de Guaíba.

A programação contou com as palestras “O ser patrão e os departamentos do CTG”, com César Tomazzini Liscano, e “As responsabilidades de ser prenda e peão”, ministrada pela 2ª prenda do Rio Grande do Sul, Amanda Rochol. Na sexta-feira, ocorreu uma roda de conversa com ex-patrões, ex-prendas e ex-peões regionais do CTG Caudilho Guaibense, como forma de resgatar a história dedicada à cultura gaúcha.

O CTG também promoveu as provas escritas, orais e artísticas para a escolha do novo quadro de prendas e peões, que foi anunciado durante o jantar-baile, com show do grupo Gaudérios Fandangueiros. Confira os novos representantes:

Bonequinha: Lívia Cruz
Prenda Mirim: Thaylla Boneberger
Terceira Prenda Juvenil: Eduarda Ávila
Segunda Prenda Juvenil: Nicoly Lisboa Postay
Primeira Prenda Juvenil: Maya Dornelles
Segunda Prenda Adulta: Luanny Beatriz Freitas
Primeira Prenda Adulta: Arashane da Silva Pires
Prenda Veterana: Amanda Cordeiro
Primeiro Guri: Thiago Marques
Segundo Guri: Felipe Machado
Peão Veterano: Brayan Fraga
Xiru: Mário da Silva
Chicoca: Tatiana Ávila

A entidade foi criada em 18 de julho de 1990, mesma data da morte do herói farroupilha “Caudilho” Bento Gonçalves da Silva. O lema “Caudilho hoje e sempre” retrata o que realmente os peões e prendas desejam para a entidade: uma vida de dedicação à tradição gaúcha. Em 35 anos, o CTG sempre desenvolveu ações com o objetivo de cultuar e divulgar as tradições, mantendo com orgulho o trabalho realizado e buscando constantemente alternativas para a melhoria de sua sede.

A sede foi gravemente atingida em 17 de janeiro de 2022 por uma microexplosão atmosférica, ficando totalmente destruída. No entanto, os associados não se deixaram abater. Com o apoio das demais entidades, seguiram em frente mantendo os grupos de dança ativos e reconstruindo a sede aos poucos. Atualmente, ela está 90% concluída. Em abril deste ano, o CTG recebeu o 4º Prêmio Repórter Guaibense, na categoria Grupo ou Entidade Cultural. 

Fonte! Chasque de Pedro Molnar, publicado no sítio oficial do Repórter Guaibense, no dia 21 de julho de 2025: https://www.reporterguaibense.com.br/noticia/ctg-caudilho-guaibense-comemora-35-anos-com-o-primeiro-jantar-baile-apos-a-microexplosao-de-2022

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS): 18/07/25

 CTG ESTÂNCIA DO RUBEM BERTA

O CTG Estância do Rubem Berta, e a Academia de Danças Paixão Farroupilha, te convidam para o grande jantar-baile de formatura de fandango, no dia 19 de julho. Na animação Sandro Amaral, Carlos Marques e Grupo Movido a Gaitaço. Ingresso com janta: R$ 50,00. E só pro baile vai custar R$ 35,00. Informações pelo fone waths (51) 991.142.932. O CTG fica na Rua Prof. Augusto Osvaldo Thiesen, 280, bairro Rubem Berta, em Porto Alegre.

CTG RAÍZES DO SUL

No dia 19 de julho, o CTG Raízes do Sul realiza o grande jantar-baile dos 39 anos de fundação. Na animação o Grupo Vozes Campeiras. Ingresso com janta antecipado sai por R$ 50,00. Na portaria custará R$ 60,00. Só pro baile vai custar R$ 30,00. Pague seu ingresso via pix CBPJ 94053956000103. Informações pelos fones waths: (51) 993.222.146 com Luiza ou (51) 991.577.873 com João. O CTG fica na Rua São Domingos, 89, em Porto Alegre.

CTG GILDO DE FREITAS

No dia 19 de julho o CTG Gildo de Freitas, em parceria com Os Fandangueiros Gildo de Freitas, programou grande jantar-baile de formatura de fandango, com a animação dos meus amigos do Grupo Barbicacho. Ingresso com janta somente antecipado custa R$ 50,00 e só pro baile vai custar R$ 35,00. Informações pelo fone wahts (51) 984.466.780. O CTG fica na Av. Gamal Abdel Nasser, 340, no Parque dos Mayas, em Porto Alegre.

CTG CAMPEIROS DO SUL

Após um grande jantar-fandango de formatura, o CTG Campeiros do Sul e a o Curso de Fandango Danças e Tradição programaram novo curso – básico e avançado, iniciando no dia 20 de julho, às 17h, com seguimento nos domingos. Informações e inscrições com Sandra pelo fone waths (51) 995.842.517. O CTG fica na Av. Maringá, 720, em Alvorada.

CTG VAQUEANOS DA TRADIÇÃO

No dia 25 de julho, às 20h30, com seguimento nas sextas-feiras, no CTG Vaqueanos da Tradição, começa novo curso de danças de fandango, em parceria com a Academia de Danças Paixão Farroupilha, dos instrutores Jefferson e Clarice. Valor para casal custa RS 300,00. Primeira aula gratuita. Informações pelo fone waths (51) 991.142.932. O CTG fica na Rua Caio Brandão de Mello, 250, no Bairro Humaitá, em Porto Alegre.

CHASQUE DA SUBCOORDENADORIA DE ALVORADA

A Subcoordenadoria de Alvorada programou para o dia 26 de julho, o 4º evento em prol do Acampamento Farroupilha deste ano, no CTG Campeiros do Sul. Teremos o pré-lançamento dos festejos farroupilhas 2025, a posse do prendado farroupilha 2025 e o grande baile sob a animação do Grupo Rebeldia. Ingresso a R$ 30,00. Informações com o Subcoordenador Jair Martins pelo fone wahts (51) 999.994.513. O CTG fica na Av. Maringá, 720, em Alvorada.

CTG COXILHA ABERTA

Vem aí, o grande jantar-baile do 6º aniversário da Academia de Danças Marca Gaúcha, no dia 26 de julho, no CTG Coxilha Aberta, Na animação Moisés Oliveira e Grupo Vozes do Campo. Ingresso com janta sai por R$ 60,00. Só pro baile antecipado sai por R$ 30,00. Só pro baile na portaria vai custar R$ 35,00. Informações com os instrutores pelos fones wahts: (51) 994.214.807 com Gelson e / ou (51) 992.422.695 com Maitane. O CTG fica na Av. Silvestre Félix Rodrigues, 1285, em Porto Alegre. 

Fonte! Chasque / Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada, edição impressa (e eletrônica), do dia 11 de julho de 2025, por Valdemar Engroff.  

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS) - 11.07.25

 CTG CAMPEIROS DO SUL

O CTG Campeiros do Sul e o Curso de Fandango Danças e Tradição, te convidam para participar no dia 12 de julho, do grande jantar-baile de formatura de fandango e do aniversário do Curso de Danças e Tradição. Na animação do Grupo Barbicacho. Ingresso com janta, somente antecipado, sai por R$ 60,00. Ingresso só pro baile: R$ 30,00 antecipado e R$ 35,00 na portaria. Crianças de 07 a 12 anos pagam ingresso com janta R$ 30,00 e só pro baile R$ 15,00. Informações e reservas com Sandra pelo fone waths (51) 995.842.517. O CTG fica na Av. Maringá, 720, em Alvorada.

PIQUETE PARCEIRA DA TRADIÇÃO

No dia 13 de julho, o Piquete Parceiros da Tradição realiza a 2ª Feijoada, no valor individual de R$ 35,00. Informações com Renato Spaniol pelo fone waths (51) 991.917.411. O Piquete fica na Rua Carlos Chagas, 1000, em Alvorada.

CURSO DE FANDANGO NA ACIAL

A ACIAL (Associação Industrial e Comercial de Alvorada) e a Academia Paixão Pela Dança, capitaneada por Cristiano Silveira, vai realizar curso de danças de fandango, iniciando no dia 13 de julho, às 20h, com seguimento nos domingos. Associados e seus funcionários terão desconto na inscrição. Informações pelos fones waths: (51) 343.2030 ou (51) 989.554.860. O curso será realizado na sede de eventos da instituição, na Rua Piauí, 429, bairro Maringá, em Alvorada

CTG ESTÂNCIA DA AZENHA

Vem aí, o Baile do Bolicho. Será no dia 12 de julho no CTG Estância da Azenha. Na animação Silvinho Paraná e Grupo. Valor do ingresso antecipado sai por R$ 35,00. Contatos pelo fone waths (51) 985.869.511. O CTG fica na Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, 155, em Porto Alegre.

35 CTG

Vem aí, a 2ª Fandangueira Solidária da APAE de Porto Alegre, no dia 12 de julho, no 35 CTG. Na animação o Grupo Rebeldia. Ingresso com janta no primeiro lote sai por R$ 50,00. No segundo lote sai por R$ 60,00. Ingresso sem janta sai por R$ 25,00. Informações e ingressos pelos fones waths: (51) 3224.4646 ou (51) 982.363.694. O 35 CTG fica na Av. Ipiranga, 5300, em Porto Alegre.

CTG PONTEIROS DO RIO GRANDE

Começa no dia 14 de julho, com seguimento nas segundas-feiras, novo curso de danças de fandango no CTG Ponteiros do Rio Grande, em parceria com a Escola de Danças Gaúchas Alma Farrapa e os instrutores Israel e Maria. Informações com os instrutores pelos fones waths: (51) 995.666.623 e / ou (51) 992.866.631. O CTG fica na Rua Manoel Vitorino, 220, bairro Partenon, em Porto Alegre.

CTG ESTÂNCIA DO RUBEM BERTA

O CTG Estância do Rubem Berta, e a Academia de Danças Paixão Farroupilha, te convidam para o grande jantar-baile de formatura de fandango, no dia 19 de julho. Na animação Sandro Amaral, Carlos Marques e Grupo Movido a Gaitaço. Ingresso com janta: R$ 50,00. E só pro baile vai custar R$ 35,00. Informações pelo fone waths (51) 991.142.932. O CTG fica na Rua Prof. Augusto Osvaldo Thiesen, 280, bairro Rubem Berta, em Porto Alegre.

CTG RAÍZES DO SUL

No dia 19 de julho, o CTG Raízes do Sul vai realizar o grande jantar-baile dos 39 anos de sua fundação. Na animação o Grupo Vozes Campeiras. Ingresso com janta antecipado sai por R$ 50,00. Na portaria custará R$ 60,00. Só pro baile vai custar R$ 30,00. Pague seu ingresso via pix CBPJ 94053956000103. Informações pelos fones waths: (51) 993.222.146 com Luiza ou (51) 991.577.873 com João. O CTG fica na Rua São Domingos, 89, em Porto Alegre. 

Fonte! Chasque / Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada, edição impressa (e eletrônica), do dia 04 de julho de 2025, por Valdemar Engroff.